terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tofu é queijo?

O conhecido queijo de soja é valorizado na alimentação, sobretudo por ser fonte de proteína

Interessados em manter uma alimentação saudável e com valor nutricional já devem ter ouvido falar do tofu. Esta iguaria de nome estranho é nada mais do que o ´queijo´ de soja.

Há quem diga que o tofu foi descoberto por monges budistas chineses por volta do século VIII antes de Cristo e popularizado no Japão, séculos depois. Ele é obtido por meio do leite de soja que, cozido e processado, deriva em uma espécie de coalhada, rica em proteínas, minerais e outras vitaminas e livre de gorduras saturadas.

Tal combinação agrada em cheio aos amantes da cozinha vegetariana, macrobiótica e àqueles que não podem consumir derivados do leite de origem animal, devido a intolerância à lactose.

Substituição à altura

Para quem deixa de comer carne e consome só alimentos de origem vegetal, é difícil substituir as proteínas animais pelas vegetais, pois estas não são concentradas como as primeiras. ´Eu teria que comer quatro quilos de arroz ou trigo, por dia, para recuperar a quantidade que 150 gramas de carne me propiciam. O tofu consegue oferecer a justa quantidade protéica a uma pessoa que deixa de comer proteínas animais, pois é muito concentrado´, garante Matteo Tarter, empresário italiano que, há seis meses, montou em nossa cidade uma empresa especializada no produto.

Já a nutricionista Armênia Uchôa de Mesquita, que também é professora do curso de Nutrição da Universidade de Fortaleza (Unifor) faz restrições à classificação do tofu como um tipo de queijo. ´Não existe o leite de soja. Ele seria um substituto do leite, mas que não tem a mesma origem. Um é produto animal, o outro vegetal. Na realidade, é um alimento que provém de uma leguminosa´, pondera a estudiosa.

Não obstante a isso, Armênia considera o leite de soja e o tofu, seu derivado, ´substitutos perfeitos´ para quem tem alergia ou intolerância à lactose.

A especialista acrescenta que esse produto pode ajudar a conter um hábito perigoso. ´A quantidade que nós precisamos de gordura animal é muito pequena. E as pessoas comem demais a proteína animal. Usando a proteína de uma leguminosa, que possui bem menos gordura, a gente está fazendo uma prevenção das doenças degenerativas´, pondera.

Além de seu valor nutricional na cozinha, o ´queijo´ de soja pode integrar inúmeras receitas. ´O tofu não tem limites. Pode ser cortado em cubinhos, como um elemento protéico de uma sopa, pois absorve o gosto dela. Pode, ainda, entrar numa salada. Cozido num macarrão, seja frio ou quente, ou ser grelhado, frito, ensopado, cozido com molho, tipo estrogonofe. O único limite é a fantasia da pessoa que está cozinhando´, explica Tarter.

Com tantas qualidades, o ´queijo´, assim como outros produtos derivados da soja, há tempos deveriam ter caído no gosto popular e dos cearenses. Entretanto, ainda não é o que se observa. É de praxe as pessoas reclamarem da ausência de um atributo essencial para que um produto alimentício ganhe mercado: o sabor.

Na realidade, o tofu não tem gosto ruim pois possui um sabor mais neutro. Tarter afirma que, ao contrário do que muitos pensam, isso acaba sendo uma qualidade inerente ao produto. ´Muitas pessoas, na primeira vez que vão comer o tofu, comem como é vendido (natural), tendo uma grande decepção. É como comer arroz branco preparado sem sal e sem tempero´, argumenta.

O ideal no consumo do tofu é torná-lo parte integrante das receitas. O ´queijo´ de soja consegue absorver qualquer tipo de molho, tempero, ou aroma adicionado a ele. Tarter dá algumas sugestões exóticas, como ´peixada´ de tofu, ou ´moqueca´ de tofu, preparado com coentro, leite de coco, tomate, pimentão, absorvendo totalmente estes gostos e aromas. ´É muito fácil transformar uma coisa que é aparentemente ruim e insossa em uma coisa muito gostosa´, diz.

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Fonte: Diário do Nordeste

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