segunda-feira, 6 de julho de 2009

Leão com dentes serrados é apreendido em circo em Mato Grosso do Sul

CAMPO GRANDE - Um leão de um circo que foi montado em São Gabriel do Oeste, cidade a 130 quilômetros de Campo Grande, foi apreendido neste fim de semana pela Polícia Militar Ambiental (PMA) e fiscais do Ibama. O circo veio de Rondônia. O animal foi apreendido por determinação do promotor de Justiça de São Gabriel, Alexandre Magno Lacerda, baseado em lei que proíbe a exploração de animais em espetáculos circenses.

Alex, como foi apelidado em alusão ao filme Madagascar, teve os dentes serrados, está muito magro e ficava enclausurado em uma jaula minúscula, segundo o promotor, onde não podia andar. Na quinta-feira, quando foi localizado, ele também estava com diarreia. Uma pessoa denunciou ao promotor que o leão estava sendo surrado.

A operação para apreender o animal uniu equipes das Polícias Rodoviária Federal, Civil e Militar Ambiental, além do Ministério Público, do Ibama e da Prefeitura de São Gabriel do Oeste, que emprestou uma carreta Scania para realizar a transferência do animal para Campo Grande.

O dono do Circo Barnus, o cigano Valmire Alves Teixeira, apresentou documentos de autorização para manter dois leões africanos, datados de 2000, quando Alex nem era nascido. Estes dois leões ainda não foram localizados.

Os fiscais do Ibama e a polícia foram até o circo para autuar o proprietário por maus tratos, diante da denúncia de uma testemunha. O animal estaria sendo surrado. O dono do circo, Valmire Teixeira, no entanto, acabou sendo autuado também por falta de documentação e apresentou um papel que teria sido dado pelo Ibama há 9 anos.

Mas o animal não tem mais que oito anos, segundo laudo veterinário. O chefe de Divisão de Proteção Ambiental do Ibama, Luís Benatti, disse que vai averiguar a autenticidade do documento de posse.

O leão pesa 350 quilos, magro para um animal adulto. O dono do circo alegou que alimentava o animal com frequência.

O leão estava na jaula havia 12 dias, num espaço de sete metros quadrados. A jaula também não oferecia nenhuma segurança e estava amarrada com uma corda. O domador Jefiter Fabi disse que havia segurança.

Para retirar o leão da jaula foi necessário interditar a rua. Funcionários do circo serraram as grades.

O promotor informou que a situação é bem complicada, já que o estado não está adaptado para ocorrências com animais como o leão.

- Não há local para abrigá-lo, não há alimento, não há um destino para o leão - disse.

Ele pede ajuda da população para ajudar o animal, que precisa de uma média de 40 quilos de comida a cada dois dias.

Por falta de um zoológico, o leão vai ficar provisoriamente no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS). Ele vai dividir um espaço com uma onça, mas em jaulas separadas. O CRAS não é o melhor local, por isso será procurado um zoológico que queira adotar o animal, segundo o biólogo Elcio Borges.

Fonte: O Globo

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