quinta-feira, 11 de junho de 2009

O que será dos animais domésticos em um mundo vegano?

O veganismo é o estilo de vida resultante da oposição prática a toda forma de exploração animal, não apenas na alimentação, como também no vestuário, no entretenimento, no teste de produtos, no trabalho, etc. Por conseguinte, o veganismo opõe-se à própria criação animal.
Entendemos por criação animal a reprodução de linhagens de animais que atendem a um ou mais interesses do ser humano. Geralmente as espécies domesticadas derivam de formas selvagens selecionadas por expressarem determinadas características vistas como de interesse e cuja procriação seletiva ao longo dos anos ou manipulação genética selecionaram essas características de forma a potenciá-las.
Dessa forma, a maior parte dos animais "de criação" são organismos selecionados pelo homem para serem explorados, e diferem significativamente de suas formas selvagens. Ainda, a maior parte desses animais, com a seleção de características favoráveis à sua exploração, acabaram por perder características selvagens que tornavam-nos aptos a sobreviver em seu ambiente natural. De maneira resumida, a maior parte dos animais domésticos desenvolveu uma dependência do ser humano, especialmente no que diz respeito à sua sobrevivência.
Nos casos em que essas características não comprometem a sobrevivência do animal no ambiente natural, a introdução (ou reintrodução) desses pode vir a comprometer as formas selvagens da espécie, à medida que domesticados e selvagens passam a competir entre si, ou pior, passam a cruzar entre si, comprometendo o perfil genético da forma selvagem.
Portanto, a opção de "libertação animal" para espécies domésticas que envolve sua soltura em um ambiente selvagem na maioria das vezes não fará sentido, pelas próprias características dos animais envolvidos ou do ecossistema. A introdução de animais em ambientes naturais só deve ser feita quando seu perfil genético condiz com o das populações do campo e quando um trabalho de reabilitação é feito, de forma a possibilitar sua sobrevivência sem a interferência do ser humano. Não é o caso quando tratamos de linhagens de animais domésticos, selecionados para produzir.
Para exemplificar, vamos supor o caso do gado bovino. O gado hoje existente difere significativamente das formas selvagens originalmente capturadas por nossos antepassados em 7.000 A.E.C., na Ásia. Bois e vacas foram, ao longos dos tempos, selecionados para fornecer mais carne e menos carcaça, mais leite, couro de qualidade, animais mais mansos que facilitassem o manejo e robustos o suficiente para serem utilizados como animais de tração ou para outros trabalhos. Toda essa seleção resultou que, atualmente, existem mais de 1.000 raças de bovinos, todas adaptadas a uma determinada região e com características produtivas que atendem a um determinado interesse.
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Fonte: Pensata Animal

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