sábado, 6 de junho de 2009

Livros de J M Coetzee


A Vida dos Animais
Convidado a proferir uma palestra na Universidade de Princeton, o escritor sul-africano J. M. Coetzee surpreendeu sua audiência. Em lugar de um ensaio teórico, ele leu esta inquietante narrativa sobre a relação entre os homens e os animais. O romance é protagonizado por uma escritora, Elizabeth Costello, que, assim como Coetzee, se prepara para um ciclo de conferências e discorre sobre as questões filosóficas e éticas que envolvem o nosso trato com os animais.
Num bem articulado jogo entre ficção e realidade, teoria e prática cotidiana, Coetzee nos conduz por questionamentos sobre a vida e a razão. A prosa inflamada de Elizabeth Costello, vegetariana radical, faz uma polêmica analogia entre o abate do gado bovino e o Holocausto nazista. As resistências às suas idéias começam em ambiente familiar. Hospedada na casa do filho, ela tem que contrapor suas convicções ao dia-a-dia da família.
A vida dos animais traz também as réplicas de alguns estudiosos às conferências de Coetzee.

Elizabeth Costello
A consagrada romancista australiana Elizabeth Costello, personagem criada por J. M. Coetzee, já havia protagonizado "A Vida dos Animais", livro em que profere duas conferências sobre a crueldade com que são tratados os animais no mundo contemporâneo. neste "Elizabeth Costello", que inclui parte de "A Vida dos Animais", a escritora retorna a conferências literárias provocativas e inspiradoras. No primeiro texto do livro, "Realismo", a romancista vai com seu filho até os Estados Unidos receber um prêmio pelo conjunto de sua obra. Nos capítulos seguintes, ela discute o futuro do romance ("O Romance na África"), a vida após a morte ("No Porão"), os limites da literatura para tratar de temas externos, tais como a consciência dos homens de Hitler ("O Problema do Mal"), e as implicações eróticas e psicológicas das relações entre homens e deuses ("Eros"), num texto que evoca mitos gregos e a consubstanciação entre o Espírito Santo e Maria. Escrito em prosa clara e precisa, "Elizabeth Costello" é a biografia de uma mulher: mãe, irmã, amante, escritora. Ocupando um espaço entre a ficção e o ensaio o livro é também uma profunda e perturbadora meditação sobre a natureza do romance.

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