quinta-feira, 14 de maio de 2009

Responsabilidade Social versus Vegetarianismo, Oportunidades e Riscos

Um tema que me tem preocupado, com o actual cenário de crise internacional, prende-se com as nossas opções de vida e qual o sentido que imprimimos às mesmas. Assim sendo, a minha reflexão para este artigo prende-se com a opção vegetariana e qual a sua relação no conceito de Responsabilidade Social, que riscos e que oportunidades. Qual o impacto do vegetarianismo no mundo socioeconómico e será esta a melhor opção?

Este tema ocorreu-me ao ler um dos último livros de Seth Godin, guru de marketing (“Torne-se Pequeno E Pense Em Grande”, Editorial Presença, 2007, versão original “Small is the New Big”, http://www.sethgodin.com/smallisthenewbig ), onde argumenta que “se toda a gente passasse a conduzir híbridos, basicamente seríamos independentes do petróleo (…), e as maiores ameaças para a atmosfera desapareciam (asma, poluição das cidades, etc)”. Mas a grande questão de Godin prende-se com o facto de que se é mesmo uma boa opção porque não se aplica? Seria esse um verdadeiro acto de puro altruísmo ou mera atitude de responsabilidade social para um mundo que procuramos ver melhor, direccionados àqueles que serão a continuidade da raça humana? E reflectindo, considero que essa questão aplica-se, também, ao vegetarianismo. Porque não opções mais saudáveis, quer do ponto de vista de saúde, ambiente, economia e social, já comprovadas como tal para melhorar o mundo?

O facto é que uma opção vegetariana global seria, eventualmente, desastrosa para a economia, da forma como a vemos hoje, pois haveria novas oportunidades a gerir e riscos a eliminar como sejam hábitos instituídos (consumo de carne e peixe, por exemplo, e sucedâneos como peles, caça e pesca) e novas situações a aprender (alimentação). Mas mais que tudo, teríamos que descobrir algo sobre nós e sobre o mundo. E será que estamos dispostos a essa descoberta e ver esse novo mundo? No mundo tecnológico em que nos inserimos, seguramente que não nos podemos queixar de falta de informação pois somos bombardeados por correio, seja físico ou virtual (internet). O que impede de darmos esse passo?

Se tal cenário se colocasse, tanto indivíduos como organizações teriam que redesenhar estratégias operacionais e de marketing. É certo que haveria actividades que se afundariam, mas também surgiriam novos nichos de mercado, novos comportamentos (menos violentos, seguramente) e novas formas de diálogo (entre os diferentes povos, princípio já há muito defendido por diversas personalidades internacionais). Seriam redesenhadas novas tendências e comportamentos, exploradas novas formas de criar, e gerar, vida e os excessos de cereais passariam a ter outro sentido útil. A vida, e o respeito pela mesma, seria harmonizado e o respeito pelo próximo, do ponto de vista social, passaria a ter a devida importância. O facto notório é a aversão natural (quase patológica) das pessoas à mudança, sejam elas sobre grandes ou pequenas coisas, mesmo que resultem no seu próprio bem-estar. A aversão à mudança é uma temática que nós, os vegetarianos, já sentimos e ultrapassamos e hoje, mais assentes nas nossas opções, verificamos que é esse o obstáculo ao crescimento e maturidade sobre opções alimentares.

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Fonte: Centro Vegetariano

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