terça-feira, 11 de novembro de 2008

Voluntário acolhe cães abandonados nas ruas

Empresário Júnior Dantas não deixa que os cães fiquem expostos aos perigos da rua e maus tratos dos donos

Limoeiro do Norte. O bicho homem tem uma relação de amor e ódio com os outros bichos. Mas o cachorro tem lugar especial: de vigia e serviçal, para muitos um vilão, a animal de estimação, dentro de casa. Se o homem é capaz de abandonar e maltratar outro homem, que dirá com os animais, revirando latas pelas ruas. Mas o cargo de “melhor amigo do homem” é encarado à risca por muitos donos de animais. O Diário do Nordeste tem denunciado problemas de crimes envolvendo maus-tratos com esses animais no Interior do Estado, onde um canil ou centro de zoonoses são estabelecimentos raros. Mas foi possível encontrar personagens como um empresário de Limoeiro do Norte que, voluntariamente, cuida de mais de 150 cachorros das mais diversas raças.

Em comum, o passado de abandono, fome e agressões, e o presente de “luxo” em um verdadeiro SPA canino. O Interior do Estado carece de centros de zoonoses, especializados no diagnóstico de tratamento e destinação correta aos animais. Limoeiro do Norte não possui um centro desses, mas a Prefeitura Municipal mantém um canil público, com agentes de zoonozes retirando animais das ruas e evitando possíveis contaminações ao homem. E para evitar a superlotação, o empresário Júnior Dantas recebe todos os meses muitos cães, a maioria com aparência feia e maltrapilha, recém-capturados nas ruas – dias depois de terem sido abandonados pelos donos.

“As pessoas passam anos com um animal, depois jogam na rua porque ele ficou velho. E quando envelhecer, o dono também vai querer ser abandonado pela família?” questiona Dantas. Em seu sítio de três mil metros quadrados, havia até ontem 123 cães, dos “vira-latas” ou “pé duro”, às raças mais aceitas pelos estimadores de cães. Em casa moram 14 cachorros, e mais 15 em outro sítio. E o número tende a aumentar. Ele os aceita para que não sejam mortos pelos donos ou no próprio canil – a eutanásia acontece em comprovação de doenças como a Leishmaniose.

“Tem muitos que chegam quase mortos, não se sustentam direito, quando vamos descobrir era somente fome, e estão aí, firmes e fortes”, comenta o empresário, que gasta mais de R$ 2 mil por mês para manter o espaço, que conta com piscina para terapia nos bichos, casinhas de abrigo do sol e da chuva e uma cozinha. No cardápio, ração, ossada de boi, leite, pães e farinha de milho.

Para Júnior, quem diz que gosta de animal mas o abandona quando este adoece ou envelhece, não gosta de verdade. “O amor de um bicho é como amor de mãe, é fiel. Um cachorro não tem maldade, é o jeito deles, só tem amor pra dar, ao contrário do ser humano, que muitas vezes não é verdadeiramente humano”, define, com outras palavras, a famosa máxima canina: “quanto mais conheço os homens, mais admiro o meu cachorro”.

Leia Mais...

Fonte: Diário do Nordeste

0 comentários: