segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Manejo recupera solo degradado no semi-árido

Modelo da Embrapa-Caprinos de recuperação de solos desertificados é referência para outros Estados do Nordeste

Sobral. No Nordeste brasileiro, são raros os casos de uma Caatinga preservada. O processo de desertificação no Ceará é crescente e há regiões extremamente degradadas como áreas dos municípios de Tauá e Irauçuba, além da região do Jaguaribe, que se encontram em processo crescente de desertificação, desprovidos de políticas públicas para reversão do quadro.

A boa notícia, no entanto, é que uma técnica de recuperação de solos desertificados, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa -Caprinos), finalmente vem sendo implantada em quase todos os Estados do Nordeste e inclusive o Norte de Minas Gerais.

A técnica foi desenvolvida pela Embrapa, com sede em sobral, pelo professor João Ambrósio de Araújo Filho, e é considerada como uma das metodologias mais eficientes para a recuperação dos solos degradados. Com isso, vem-se firmando uma parceria entre a Embrapa e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Pequenos produtores

A parceria fez com que a essa prática se expandisse pelo Nordeste, onde secularmente as florestas nativas, conforme disse o professor João Ambrósio, a única genuinamente nacional, é devastada pelas queimadas. O sistema de coifa (que é a queima de glebas para o plantio de culturas de subsistência), remonta às antigas tradições indígenas.

“É muito difícil mudar a mentalidade do homem do campo, para a implantação de novas tecnologias, uma vez que ele passou a vida inteira sendo instruído em queimar a vegetação nativa”, afirma a pesquisadora Nilzemeire Lima da Silva, com mestrado em Manejo de pastagens nativas da região do semi-árido.

Foi a experiência de manejo da Caatinga na Fazenda Experimental Creola, pertencente a Embrapa-Caprinos, que fez com que a Contag se motivasse em implantar a técnica em propriedades rurais de até 10 hectares, favorecendo, especialmente, os pequenos produtores e a agricultura familiar.

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Fonte: Diário do Nordeste

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