sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Paraná contribui com "Mudanças Climáticas"

Paraná contribui com o Plano Nacional de Mudanças Climáticas

O Paraná está contribuindo com a elaboração do Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Nesta semana, o Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais encaminhou mais de 20 sugestões ao plano nacional - reunidas durante a reunião promovida em Curitiba no último dia 16 para apresentar o documento à população paranaense. Uma das propostas, feita pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, aborda o controle da produção de biocombustíveis no país. Segundo o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, a questão não é o combustível em si, mas sim o que pode acontecer quando produzido em larga escala. "Hoje ainda não enfrentamos problema, mas é preciso criar um programa de monitoramento da produção para evitar novos desmates, por exemplo, e outros impactos possam existir", reforçou. Durante a reunião para apresentação do plano, o analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Adriano Santiago de Oliveira, comentou que expectativa é aumentar em até 11% a produção de biocombustíveis no Brasil nos próximos anos. Assim, um dos principais desafios, na opinião do secretário Rasca, seria manter a produção em áreas já degradadas - evitando a expansão dos desmates em território nacional. Adriano comentou que os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Reinhold Stephanes (Agricultura) vêm se encontrando freqüentemente para discutir a questão. "Além disso, está em elaboração o zoneamento da cana-de-açúcar, que irá fornecer as informações necessárias para que o país cresça no desenvolvimento da produção da cana-de-açúcar de forma sustentável e de acordo com a realidade de cada estado", disse o analista.
OUTRAS PROPOSTAS
- A secretária-executiva do Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas, Manyu Chang, explicou que as reivindicações foram divididas em três eixos: Mitigação, Vulnerabilidade e Adaptação, e Capacitação. No primeiro conjunto de propostas está a sugestão da organização mundial The Nature Conservancy (TNC) de construir um índice de impacto ambiental de diferentes produtos para divulgar estas informações em seus rótulos - algo como o selo Procel de eficiência energética dos aparelhos. Para a organização, a ação pode ter o apoio de organizações não-governamentais (ONGs) e instituições de pesquisa para ter um grande impacto no aumento de eficiência "climática" de produtos. Para o Sindicato Estadual dos Servidores Públicos da Agricultura, Meio Ambiente, Fundepar e Afins (Sindiseab) e o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS), é necessário que o país amplie investimentos e planejamentos em fontes de energia renováveis e limpas. Eles também sugeriram a retirada das termoelétricas a carvão no Estado de Santa Catarina, alegando que estas usinas são extremamente sujas e degradantes. Segundo Chang, nos eixo de Vulnerabilidade e Adaptação as propostas ficaram mais voltadas a pesquisas e estudos na área da saúde e meio ambiente. "Entre elas, a solicitação para que o Ministério de Meio Ambiente apóie e capacite a realização de um mapeamento de vulnerabilidade e adaptação em todos os municípios acima de 100 mil habitantes", completou. Uma das sugestões no eixo Capacitação foi apresentada pela Ong SOS Bicho, que aposta na educação ambiental e divulgação na mídia para alertar sobre os impactos ambientais causados pela produção de carne de gado. Falta conscientização das pessoas com relação ao consumo de carne de gado, segundo a presidente da ONG, Rosana Gnipper. "Acreditamos que o consumo da carne de gado está diretamente relacionado ao aquecimento global, além de provocar várias doenças aos seres humanos. Então, nossa proposta é levar pelo menos a informação a estas pessoas", concluiu. De acordo com a Animal Freedom, organização independente de voluntários em favor do direito dos animais, para se produzir um quilo de carne são utilizados mais de 100 mil litros de água e em um pasto onde se produzem 330 quilos de carne podem ser produzidos 40 mil quilos de batata, por exemplo.

Fonte: JM News

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