quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Congresso de Manejo de Fauna

Novas alternativas para a preservação de animais silvestres deverão ser sugeridas por participantes de 16 países

O Acre será o terceiro Estado brasileiro a sediar o Congresso Internacional de Manejo de Fauna (CIMFAUNA), que este ano completa oito edições. O evento, que tem o objetivo de aperfeiçoar a política florestal e abordar as alternativas de manejo de fauna, acontece a partir de amanhã e vai até o dia 5 de setembro, no auditório da Faculdade da Amazônia Ocidental, com a presença de estudantes, profissionais interessados e pesquisadores de 16 países.

A programação das atividades foi elaborada de forma abrangente, compreendendo conferências, palestras, mesas-redondas, mini-cursos, visitas técnicas e apresentações de trabalhos científicos e técnicos, distribuídas em doze temas, na forma de painéis e apresentações orais.

Simultaneamente será realizada a Oficina “Fauna Silvestre e Exploração Madeireira - Monitoramento dos Impactos do Manejo Florestal”, a qual pretende elaborar um documento com recomendações de melhoria das políticas públicas destinadas ao setor florestal. Acontecerão ainda, exposição e lançamento de livros, referente ao tema do Congresso, bem como, exposição de artesanatos regionais.

Segundo a diretora da Secretaria de Municipal de Meio Ambiente e coordenadora do congresso, Vângela Nascimento, o ponto mais importante do evento será a troca de experiências oportunizada pela presença de pesquisadores vindos de tantas regiões diferentes.

“Acreditamos que cada país tem uma experiência boa para contar sobre alternativas de preservação da fauna, o que poderá ser compartilhado com todos os participantes a fim de impedir que os grandes problemas que enfrentamos hoje continuem atingindo os animais que estão na floresta”, completou.

Trazendo o enfoque para a região norte do país, Vângela Nascimento disse que os maiores problemas enfrentados hoje são a biopirataria, o desmatamento e a caça indevida para captura e domesticação dos animais silvestres.

Tudo isso tem feito com que os animais estejam cada dia mais ameaçados de extinção. Segundo ela, a onça pintada e o tamanduá bandeira são alguns dos animais que aos poucos estão tendo suas espécies reduzidas na floresta. “Muitos fazendeiros contratam caçadores para matar onças que vivem próximas ao pasto, atrás de comer bezerros”, exemplificou.

No caso da domesticação, a coordenadora do evento disse o acreano ainda tem a cultura de criar animais que não são domesticáveis. Os macacos, por exemplo, são levados para casa ainda novinhos, fase em que eles demonstram uma falsa facilidade para se adaptar a um novo habitat, longe da floresta. Porém, quando chega a fase adulta, eles se tornam agressivos e logo são abandonados pelos criadores.

“O Centro de Triagem de Animais Silvestres foi criado aqui no Parque Chico Mendes para atender animais que sofrem com esse tipo de adversidade. Lá passam aproximadamente 60 animais por mês que foram pegos na casa de alguém ou resgatados de uma área desmatada. Eles são tratados e devolvidos ao habitat natural”, destacou.

Essa é uma das alternativas que o Acre oferece hoje para impedir a extinção de espécies silvestres. Entretanto, segundo Vângela, a intenção é que muitas outras ações sejam desenvolvidas.

“Já temos algumas idéias para sugerir durante o congresso, como fazer monitoramento dos impactos provocados pelo manejo florestal. A fauna sempre é discutida quando existe um animal em extinção ou ameaçado. E na verdade precisamos discutir esse tema muitos antes de os problemas aparecerem”, destacou.

Aos interessados em participar do congresso, a coordenadora informa que ainda há vagas, mas somente até hoje. A inscrição para estudantes do Estado tem desconto, ficando ao preço de R$ 200. Já os profissionais deverão desembolsar uma quantia de R$ 500 para participar do evento. A estimativa é que o evento reúna cerca de 500 pessoas durante os cinco dias.

Fonte: Pagina 20

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