Partido contra touradas concorre às eleições espanholas.
Associações de defesa dos animais na Espanha se juntaram para criar um partido que quer a proibição de uma das maiores tradições do país, as touradas.
O Partido Antitaurino engloba 41 organizações de defesa dos direitos dos animais, que pedem entre outras coisas, que a população se torne vegetariana.
Mas a principal promessa eleitoral é acabar com as touradas. Para as associações de defesa dos animais o espetáculo é uma forma de tortura e maus tratos de animais.
A candidata a primeira-ministra é a psicóloga Patricia Laguillo, que se diz “preocupada pela perda de valores de uma sociedade onde as touradas, que são a máxima representação da tortura animal na Espanha, se considera cultura”, como explicou em um comício em Bilbao no último domingo.
O Partido Antitaurino e Contra os Maus-tratos de Animais (Pacma) provavelmente não conseguirá representação nas eleições parlamentares do próximo dia 9 de março, já que nem aparece nas pesquisas de intenção de votos divulgadas pela imprensa, mas chama a atenção por desafiar uma das tradições mais antigas da cultura espanhola.
O grupo criou um site e um canal de TV na internet onde pede votos, filiações e explica seu programa eleitoral, que é todo voltado para a defesa dos direitos dos animais.
Propostas
A proposta eleitoral dividida em nove capítulos prevê permitir o acesso de animais domésticos a transportes públicos, multas e cadeia para quem maltratar qualquer bicho, a criação de uma polícia específica para defender os animais e proibir a visita de grupos escolares à granjas e matadouros.
O Pacma também quer criar campanhas institucionais para conscientizar a população sobre a importância de se respeitar os seres vivos, começando com um plano de educação que iria da pré-escola até a universidade.
O partido também propõe o fim de todos os espetáculos públicos que envolvam animais, como circos, por exemplo, e também quer proibir propagandas publicitárias ou a participação de bichos em programas de TV.
O Pacma quer proibir concursos de cães, cavalos e passáros e a exposição de bichos em mercados e eventos campestres. O partido é a favor do fechamento de
zoológicos e aquários públicos e particulares.
“Temos inúmeras propostas, mas conhecemos a realidade”, disse a candidata Laguillo no comício, onde sugeriu que a verba oficial oferecida às touradas na Espanha fosse redistribuída em programas de saúde e educação.
Só na província de Madri o governo doa em torno de 700 mil euros anuais (R$1,7 milhão) para manutenção das arenas, escolas de formação de toureiros e associações de criadores de touros.
O carro-chefe da campanha é a abolição das touradas e o partido chega a propor a demolição das arenas (algumas centenárias) para substituí-las por parques e jardins.
O programa inclui ainda a proibição da caça e pesca esportiva, o fechamento das granjas produtoras, indústrias e lojas de casacos de pele.
Entre as medidas mais convencionais ligadas à defesa de direitos dos animais, ainda estão a monitoração do tráfico e venda de bichos e o fim dos testes de laboratório com animais.
Mas também há idéias curiosas como as campanhas para consumir menos carne e mais vegetais, exames psicológicos para donos de raças de cachorro consideradas perigosas (que seria pré-requisito para liberação de licenças) e a inclusão de animais domésticos no censo dos cidadãos.
O Pacma propõe também que os profissionais que transportam ou sacrificam os animais em granjas ou matadouros façam cursos de sensibilização e que os rótulos de todos os produtos informem ao consumidor em que grau de liberdade o animal foi criado.
O partido, que tem candidatos para primeiro-ministro e para o congresso, está fazendo campanhas em várias capitais espanholas.
Fonte: BBC
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