quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Partido contra touradas nas Eleições Espanholas

Partido contra touradas concorre às eleições espanholas.

Associações de defesa dos animais na Espanha se juntaram para criar um partido que quer a proibição de uma das maiores tradições do país, as touradas.

O Partido Antitaurino engloba 41 organizações de defesa dos direitos dos animais, que pedem entre outras coisas, que a população se torne vegetariana.

Mas a principal promessa eleitoral é acabar com as touradas. Para as associações de defesa dos animais o espetáculo é uma forma de tortura e maus tratos de animais.

A candidata a primeira-ministra é a psicóloga Patricia Laguillo, que se diz “preocupada pela perda de valores de uma sociedade onde as touradas, que são a máxima representação da tortura animal na Espanha, se considera cultura”, como explicou em um comício em Bilbao no último domingo.

O Partido Antitaurino e Contra os Maus-tratos de Animais (Pacma) provavelmente não conseguirá representação nas eleições parlamentares do próximo dia 9 de março, já que nem aparece nas pesquisas de intenção de votos divulgadas pela imprensa, mas chama a atenção por desafiar uma das tradições mais antigas da cultura espanhola.

O grupo criou um site e um canal de TV na internet onde pede votos, filiações e explica seu programa eleitoral, que é todo voltado para a defesa dos direitos dos animais.

Propostas

A proposta eleitoral dividida em nove capítulos prevê permitir o acesso de animais domésticos a transportes públicos, multas e cadeia para quem maltratar qualquer bicho, a criação de uma polícia específica para defender os animais e proibir a visita de grupos escolares à granjas e matadouros.

O Pacma também quer criar campanhas institucionais para conscientizar a população sobre a importância de se respeitar os seres vivos, começando com um plano de educação que iria da pré-escola até a universidade.

O partido também propõe o fim de todos os espetáculos públicos que envolvam animais, como circos, por exemplo, e também quer proibir propagandas publicitárias ou a participação de bichos em programas de TV.

O Pacma quer proibir concursos de cães, cavalos e passáros e a exposição de bichos em mercados e eventos campestres. O partido é a favor do fechamento de
zoológicos e aquários públicos e particulares.

“Temos inúmeras propostas, mas conhecemos a realidade”, disse a candidata Laguillo no comício, onde sugeriu que a verba oficial oferecida às touradas na Espanha fosse redistribuída em programas de saúde e educação.

Só na província de Madri o governo doa em torno de 700 mil euros anuais (R$1,7 milhão) para manutenção das arenas, escolas de formação de toureiros e associações de criadores de touros.

O carro-chefe da campanha é a abolição das touradas e o partido chega a propor a demolição das arenas (algumas centenárias) para substituí-las por parques e jardins.

O programa inclui ainda a proibição da caça e pesca esportiva, o fechamento das granjas produtoras, indústrias e lojas de casacos de pele.

Entre as medidas mais convencionais ligadas à defesa de direitos dos animais, ainda estão a monitoração do tráfico e venda de bichos e o fim dos testes de laboratório com animais.

Mas também há idéias curiosas como as campanhas para consumir menos carne e mais vegetais, exames psicológicos para donos de raças de cachorro consideradas perigosas (que seria pré-requisito para liberação de licenças) e a inclusão de animais domésticos no censo dos cidadãos.

O Pacma propõe também que os profissionais que transportam ou sacrificam os animais em granjas ou matadouros façam cursos de sensibilização e que os rótulos de todos os produtos informem ao consumidor em que grau de liberdade o animal foi criado.

O partido, que tem candidatos para primeiro-ministro e para o congresso, está fazendo campanhas em várias capitais espanholas.

Fonte: BBC

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